Assim, sinto
O poeta quando escreve
Nem sempre é livremente.
Se expõe a sua dor,
Muitas vezes é lentamente.
O poeta, às vezes, sai
A voar e então cai
A chorar e então, mente...
E negando a sua dor,
O poeta, então inventa
Caminhos para emoção
Ser certeira e, argumenta:
“Minha dor é quase nada
Se ela for comparada,
Muito pouco representa.”
Daí passa a descrever
Uma dor universal,
Escondendo o que era seu
De maneira natural
E com mundo e dividida,
Por muitos e entendida,
De maneira natural.
Por isso eu sou feliz
Independente de tudo.
Minha dor é quase nada,
Eis porque me calo e mundo
O sentindo de um poema,
Não me importa qual o tema,
Não me importa o absurdo!
Oliveira do Cordel
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